

Luiz Henrique Fogaça (4º semestre)
Na última semana fez 30 anos que o jornalista Vladimir Herzog, conhecido como Vlado, faleceu. Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista foi ao prédio do Dói-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) para prestar esclarecimentos sobre sua atividade política. De lá não saiu com vida.
Ligado ao PCB (Partido Comunista do Brasil), o jornalista era na época diretor de jornalismo da TV Cultura, estatal paulista. Depois de fechar o jornal noturno da emissora, foi ao prédio "dar explicações". Seu corpo foi apresentado à imprensa pendurado em uma grade pelo pescoço por um cinto, no dia 25. A grade era mais baixa que a altura do jornalista. Mesmo assim, a versão oficial era de suicídio.
O suposto crime cometido pelo poder público gerou indignação entre opositores do regime militar, que se repetiu cerca de três meses depois com a morte, em circunstâncias semelhantes, do operário Manuel Fiel Filho. A Justiça admitiu a culpa da União pela morte de Herzog pela primeira vez em 1978. Quase dez anos depois, em 87, foi decidido que haveria uma indenização à família do jornalista, que só foi paga no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Herzog virou um símbolo da luta pela liberdade e a defesa dos direitos humanos, em especial para outros jornalistas. O seu nome batizou centros acadêmicos de várias faculdades de jornalismo no país e o principal prêmio de direitos humanos dado a profissionais da área. Apesar de destacar a importância do caso para que a sociedade pressionasse os líderes do regime militar, exigindo a abertura política, a lição dada pela morte de Herzog ainda não foi absorvida pela sociedade brasileira.
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