quinta-feira, 29 de maio de 2008

Centro Acadêmico oferece palestra a estudantes de jornalismo

por Mariana Alcântara

O CACOS (Centro Acadêmico do Curso de Comunicação Social), da Unisul de Tubarão, com o apoio da UnisulTV, ofereceu aos acadêmicos de jornalismo uma palestra sobre jornalismo internacional. Os convidados, Juliana Kroeger e Fernando Evangelista, são formados pela Unisul, Campus Pedra Branca e escrevem para a revista Caros Amigos. O tema da palestra foi As Guerras no Oriente Médio e a Manipulação da Notícia.

Juliana e Fernando cobriram muitos conflitos juntos. Ela já fez documentários para a National Geografic e ele teve documentários premiados. Evangelista, assim que se formou, foi para Veneza e de lá partiu para a sua primeira cobertura, em Gênova, onde, durante uma reunião do G8, acontecia um manifesto contra a globalização. Mandou a reportagem para a revista Caros Amigos e foi capa. A partir daí começou a trabalhar para a revista e cobrir outros acontecimentos internacionais.

Ambos relataram a experiência de estar no meio de um confronto, como entre turcos e curdos e palestinos e israelenses. “Vi uma mulher sendo morta ao meu lado na minha primeira viagem à palestina. Ao me ver chocado, outro jornalista disse que isto acontecia sempre e não era notícia”, disse Evangelista.

Segundo os dois jornalistas, há muita manipulação da notícia, porque quando ela chega ao Brasil, já é terceirizada, tendo antes passado por um repórter no país de origem, uma agência internacional e depois por outro profissional nos nossos jornais, sem que se verifique se os fatos são realmente o que nos chega.

Juliana disse que através de experiências em estágios realizados durante a faculdade ela teve a oportunidade de ser contratada pela National Geografic para fazer documentários. E assim começou sua carreira internacional. Ela contou que na hora, nos conflitos, a vontade é ir e chegar perto, ver para depois relatar. Somente na volta ao Brasil é que vem as seqüelas psicológicas, como pesadelos, medo de dirigir.

Alunos tiveram espaço para fazer perguntas enquanto os palestrantes mostravam as fotos de suas viagens. Um deles perguntou se era mais perigoso morar no Brasil, em Florianópolis, que está cada vez mais violenta, ou fazer estas coberturas no Oriente Médio. Juliana disse que lá parece mais perigoso, porque aqui estamos acostumados. E Fernando contou que certa vez, ao contar para um iraquiano que ele morava do Brasil, o homem perguntou se ele não tinha medo de morar aqui.

Os jornalistas relataram que apesar do medo, é muito bom trabalhar fazendo coberturas internacionais para mostrar a verdade, que geralmente é deturpada em favor de politicagens. E que isto não acontece só no exterior, Fernando diz que no Brasil o jornalismo é muito manipulado para favorecer políticos e empresas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário