No segundo dia do Plus, Sérgio Vilas Boas fala sobre biografias

Por Thiago Oliveira

Foto: Angélica Brunatto

O segundo dia do 2º Plus – Festival Universitário de Comunicação – começou de maneira bem animada, com um desafio de futebol no vídeo game, organizado pela Idcom, um dos parceiros do evento.

A palestra do dia ficou por conta do jornalista, escritor, diretor da Academia Brasileira de Jornalismo Literário e editor executivo do Texto Vivo, Sérgio Vilas Boas.

Com o tema Biografismo: um diálogo entre História, Literatura e Jornalismo, Vilas Boas falou sobre um subgênero do jornalismo literário, a biografia. Para ele, o que leva um escritor a fazer uma biografia é a curiosidade, a vontade de descobrir mais sobre o personagem.

Vilas Boas contou sobre o seu estudo na área. Ele criou interesse pelo assunto ao ver o grande sucesso de biografias como as de Garrincha (escrita por Ruy Castro), Assis Chateaubriand (de Fernando Morais) e do Visconde de Mauá (de Jorge Caldeira), três livros extensos que se tornaram best-sellers, contrariando o mito de que “brasileiro odeia livro grosso”. A partir daí, o jornalista chegou a conclusão de que o gênero biográfico tem grande apelo junto ao público que não está acostumado aos livros de ficção. As biografias chamavam tanto a atenção dos mestres acadêmicos, quanto de pessoas que tinham apenas o ensino fundamental.

Para o palestrante, o gênero biográfico se divide em quatro tipos: biografias autorizadas (quando permitidas por algum familiar ou amigo do biografado, ou por ele mesmo, se vivo), as não-autorizadas (quando o escritor não pede permissão a ninguém), encomendada por alguma instituição (como por exemplo, o instituto Ayrton Senna pedir para alguém escrever sobre a vida do piloto) e por fim, a de ghost-writing, que é a que o personagem pede para alguém, um “escritor fantasma” escrever em seu nome.

Vilas Boas contou que é impossível escrever sobre a vida fielmente. Disse que o livro não é a vida, e sim uma adaptação dela. E comentou ainda que em obras como seriados ou filmes, isso fica ainda mais evidente, já que vários elementos de dramatização são inseridos para completar a história.

Nesta quarta-feira (24/6) a palestra será com o publicitário e professor da USP Luli Radfahrer. A partir das 19h30min no Espaço Integrado de Artes.

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