sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ex-aluno ganha Prêmio Vladimir Herzog

Daiana Carvalho - 2º semestre


Guto Kuerten (arquivo pessoal)

Formado há 10 anos pela Unisul, campus de Tubarão, Guto Kuerten, atualmente jornalista do Diário Catarinense (DC), foi o vencedor da categoria de Fotografia do 32º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais antigos e reconhecidos da área, com o material fotográfico “Tortura em Domicílio”.

“Tudo começou quando a gente passou a buscar pautas diferentes. Eu estava mandando fotos do tempo, se estava bom ou ruim. Estava com o carro parado, quando passou uma viatura, parou atrás de uma casa e sairam dois policias, desde ali foram 142 fotos, 12 minutos sem parar...”, relata o profissional sobre a manhã do dia 5 de março de 2010.

A declaração acima é a forma emocionada que o profissional encontrou para descrever o trabalho realizado por ele ao registrar o flagrante de dois policiais agredindo um homem. Segundo eles e uma suposta vítima, se trata de um “tarado” que age no bairro Coqueiros, em Florianópolis, e que costuma assediar pessoas no local há pelo menos dois anos, denúncia já veiculada anteriormente no site do DC.

O editor do DC foi quem inscreveu o trabalho, inicialmente sem o conhecimento de Kuerten. “Não sou muito fã dessa questão de ganhar prêmio. Sexta-feira passada estava em casa e recebi o e-mail, dizendo: ‘Parabéns, você é finalista do prêmio Vladimir Herzog, você deseja que na sua placa seja colocado o nome de guerra ou o nome normal?’. Me empolguei, mandei o e-mail para o meu editor e meu colega me mandou outro dizendo: Cara você é o ganhador e não o finalista, olha o link abaixo’”.

Para o fotojornalista o que mais satisfaz é a credibilidade do prêmio e o reconhecimento por parte da sociedade. “O contato que você tem com o teu leitor, por exemplo, os e-mails que recebi, todo mundo me ligando, esse retorno, esse carinho é a conquista do seu dia-a-dia”.

O prêmio será entregue na próxima segunda-feira, 25, nas dependências do teatro TUCA, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo.

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Por que cursar Jornalismo?

Daiana Carvalho - 2º semestre


Prof. Ronaldo e Samira Pereira (arquivo pessoal)


Em junho deste ano foi publicada a matéria Nova Realidade no Mundo Jornalístico, sobre a não obrigatoriedade de graduação para o jornalista exercer a profissão. Decorrido aproximadamente um mês após a data, foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania a nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC 386/09)para restabelecer a obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo.

“Nossa profissão não pode ficar do jeito que está. Vivemos uma situação absurda. Hoje não há critério nenhum para ser jornalista. No Distrito Federal, para ser flanelinha é necessário um registro no Ministério do Trabalho. No caso dos jornalistas, nem isso é preciso”, destacou o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo. Após a apresentação a proposta terá de ser aprovada pelo Plenário em dois turnos, antes de seguir para o Senado.

Para a jornalista Samira Pereira é motivo de orgulho ser integrante da primeira turma da Unisul, campus de Tubarão, a concluir a graduação dentro da nova realidade de mercado. “Mesmo com a não obrigatoriedade continuei estudando e hoje estou aqui, com o diploma nas mãos, pronta para atuar em qualquer veículo de comunicação. Mesmo que estivesse iniciando a faculdade, continuaria cursando, pois sei da importância que tem o diploma e o aprofundamento teórico e prático nas diversas áreas do jornalismo”, enfatiza a jornalista quanto à necessidade de ser uma profissional qualificada.

Segundo a estudante o que a levou a fazer o curso foi o gosto pela comunicação e a influência da irmã que já é formada na área. “Comecei a me interessar pelo curso, saber um pouco mais de cada disciplina, o que era ensinado. Depois de ter esse conhecimento a respeito da faculdade, a escolha pelo Jornalismo foi inevitável. Hoje tenho a certeza que não poderia ter tomado uma decisão mais acertada.”

Para Samira a motivação que a levou a apostar e permanecer no curso foi o fato de ela acreditar que os veículos de comunicação que têm credibilidade e fazem um Jornalismo com responsabilidade continuarão exigindo o diploma. “Só dessa maneira eu tenho certeza que estou apta para trabalhar nos mais diversos segmentos do Jornalismo. Sei que muitas coisas somente a experiência ensina. Porém, também tenho a consciência de que outras tantas nós aprendemos sentados na cadeira da faculdade, ouvindo os professores, prestando atenção em cada detalhe que nos é repassado”.

De acordo com o ponto de vista dela um jornalista sem diploma é como um médico que nunca cursou medicina, um engenheiro que não sabe fazer cálculo, um químico que não sabe que reação acontecerá após misturar diversos produtos. “Se não tivesse cursado a faculdade, não saberia a importância do lead, o porquê responder as seis perguntas básicas, que postura tomar diante de um entrevistado. Tenho certeza que ao procurar um emprego na área, um jornalista formado tem muitos mais pontos do que um que se acha jornalista, mas não é”.

Samira reforça aos que têm o interesse, gosto por Comunicação Social, para que não se desmotivem pelo fato da não obrigatoriedade do diploma. “Tenham certeza, o conhecimento que adquirimos na faculdade jamais será aprendido somente com a experiência. Estudar é preciso, é necessário. Quando entrei na faculdade, assim como muitos estudantes, sonhava em me ver à frente da bancada do Jornal Nacional, porém, depois de estudar quatro anos sei que posso trabalhar em qualquer área do Jornalismo, que estou preparada para isso”.

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Jornalismo, vaga de estágio em Içara

Daiana Carvalho - 2º Semestre

O Portal Içara News seleciona estagiário para atuar a partir de novembro com Jornalismo web e impresso.

O profissional escolhido será responsável pela atualização do site, além de contribuir com conteúdo para o jornal semanal A Cidade.

Salário e horário serão definidos posteriormente. O foco do contratado deverá ser a divulgação do que acontece em Içara, por isso há uma preferência por candidatos à vaga que residam na cidade ou em Criciúma.

Os interessados devem enviar currículo para o e-mail: contatos@icaranews.com.br.

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Profissão de Publicitário

Daiana Carvalho - 2º Semestre

O ofício de fazer Publicidade e Propaganda (PP) vem ao longo dos anos conquistando espaço e mostrando a importância que tem no mercado de trabalho, apesar de não ser obrigatória a graduação universitária para o exercício da profissão.

Para diversos profissionais da área o fato da não obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão é um fator muito significativo. “Mesmo sem a obrigatoriedade a universidade dá toda a base que o futuro profissional precisa para entrar no mercado de trabalho”, explica o publicitário e professor da Unisul Diego Piovesan. “As agências, especificamente, valorizam profissionais com algum curso, além do portfólio”, enfatiza.

De acordo com ele, existem diferenças entre um profissional graduado, se comparado com um não graduado. “A universidade é uma vitrine para o mercado. É lá que ele aprenderá tudo sobre propaganda e experimentará, podendo errar, aprendendo com o erro, coisa que o mercado não admite”.

Segundo Piovesan a não obrigatoriedade é negativa para os que se esforçam e fazem uma graduação. “Prejudica quem faz um curso universitário e muitas vezes não entra na vaga porque outra pessoa menos qualificada está. Assim abre brecha para pessoas menos instruídas entrarem no mercado, não evolui, fica patinando em erros que não deveriam acontecer”.

Marcelo Lessa Martins, publicitário e diretor da empresa IDCOM gostaria que a obrigatoriedade fosse exigida e que houvesse uma moralização do setor publicitário. “Qualquer pessoa hoje pode se dizer publicitário, montar uma empresa de marketing, comunicação ou publicidade e sair por aí fazendo anúncios, sites, comerciais, etc., sem ter conhecimento teórico, prático ou experiência na área”.

Lessa acredita que a não obrigatoriedade do diploma é algo que desvaloriza a profissão e as empresas que investem em estrutura, profissionais qualificados, tecnologia e aos próprios profissionais graduados que investiram na carreira. “Sem a obrigatoriedade, a nossa profissão fica marginalizada, sem regras, principalmente nos mercados locais, onde a realidade é muito diferente da premiada publicidade brasileira e dos grandes anunciantes”.

No ponto de vista de Lessa a não obrigatoriedade do diploma prejudica a qualidade do meio publicitário. “Na questão teórica da publicidade e da propaganda, um profissional que aprende por conta própria, com a prática, não tem o conhecimento teórico da propaganda. Um publicitário pode atuar em diferentes áreas, como a criação, por exemplo, onde muitos dizem que para trabalhar com criação basta ser criativo. Discordo. Acho que a propaganda hoje é muito dinâmica e que para um anúncio ou campanha fazer sucesso e atingir seu objetivo é necessário que o publicitário entenda de muitas coisa relacionada ao cliente, ao produto, ao consumidor, as mídias, etc.”.

Formado pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), em 1995, o empresário acredita que deveriam existir leis onde o veículo de comunicação se enquadrasse dentro daquilo que lhe compete, pois com a não obrigatoriedade profissionais não qualificados em PP passam a fazer funções que caberiam a um profissional qualificado na área e que isto desestimula a novos alunos em fazer uma graduação e prejudica as empresas qualificadas.

“Se todas as empresas fossem obrigadas a contratar uma agência de propaganda para criar as suas estratégias e ações publicitárias, teríamos muito mais agências, mais profissionais trabalhando, mais alunos nas universidades. Cada empresa faria o que é especialista e essa marginalidade e falta de ética da profissão terminaria. Pelo menos eu acredito nisso”, explica o publicitário que atua na área desde 1991.

Para o publicitário e professor de Criação e Planejamento em Publicidade da Unisul, Gutemberg Geraldes, a passagem do acadêmico pela universidade exerce influência no futuro do profissional quando ingressar no mercado. “O que manda no mercado de trabalho publicitário é a criatividade em si, a forma de resolver problemas relacionados aos clientes. O diploma faz do estudante de PP um crítico em publicidade. Desta forma ele saberá ler melhor o mercado e buscar soluções mais rápidas e rentáveis do que profissionais que não passaram pela academia”.

No ponto de vista do professor a não obrigatoriedade do diploma limita possíveis avanços na área publicitária. “O fato de termos avançado econômica e tecnologicamente proporcionou a uma grande parcela da sociedade ter um ‘Personal Computer’ em casa, e com ele, surgiram softwares gráficos que têm proporcionado a venda de produtos de propaganda sem a devida preocupação com a imagem da marca dos clientes. Isso tudo, além de praticar custos inimagináveis para o mercado profissional qualificado, puxa a produção publicitária para baixo”.

Formado desde 2002 em Publicidade e Propaganda pela Universidade Tiradentes, em Aracaju, SE, para o professor Guto, como é chamado carinhosamente pelos colegas e alunos, o diploma em qualquer área não devia ser exigido e, sim, valorizado. “O fato de possuir um diploma não atesta a qualidade de quem o possui, mas sim o fato de ter passado por diversas cadeiras teóricas que canalizam os conhecimentos, além do investimento feito, deve ser valorizado”.

Atuante na área há 12 anos Geraldes relata que são poucos os profissionais que obtiveram êxito na carreira publicitária sem terem passado por um processo de formação e revela certa preocupação quanto ao futuro da profissão. “Em curto prazo a propaganda vai conseguindo sobreviver, mas e em longo prazo? O que será da propaganda regional?”.

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