
“Cada um tem uma parcela de responsabilidade social, eu quero fazer a diferença e vejo essa possibilidade através do jornalismo”. É desta forma que a estudante do 3º semestre do curso de Comunicação Social da Unisul de Tubarão, Daiana Denise Carvalho, explica a escolha pelo Jornalismo.
Recepcionista, empregada doméstica, instrutora de informática, técnica em radiologia, estagiária da Unisul, essas são algumas das profissões que Daiana, vinte e dois anos, natural de Ajuricaba, interior do Rio Grande do Sul, já exerceu ou ainda exerce. Ela morou em uma propriedade agrícola até os 11 anos, e só quando a família se mudou para o centro da cidade é que ela teve acesso a energia elétrica em casa.
Ciente de que ela mesma teria de correr atrás das oportunidades para conquistar um futuro melhor para si e para a família, aos 13 anos se formou no ensino fundamental e conseguiu emprego como doméstica na casa de um casal de idosos. “Desde criança tive uma vida muito humilde e em função disso tinha a percepção de que se eu quisesse mudar de vida teria que arregaçar as mangas e batalhar, então ao me formar no ensino fundamental, saí de casa e fui trabalhar durante o dia para conseguir fazer o ensino médio na parte da noite”.
Graças ao excelente desempenho no curso de informática, que fazia nos finais de semana, ela foi chamada para trabalhar na própria instituição de ensino. “Eu fui instrutora de aulas de informática nos módulos Máster, Web e Gráfico e também do curso de Secretariado, além de cuidar da parte administrativa e atendimento ao público”.
Foi nesta mesma época que ela concluiu o ensino médio, foi morar sozinha e começou a fazer o curso técnico de radiologia. “Eu gosto de trabalhar com pessoas e estar sempre ajudando, e a área da saúde é um campo fascinante nesse sentido porque você se depara com situações extremas, em que a vida de um ser humano depende de sua competência para continuar vivo.”
Mudar não é problema para Daiana, assim que terminou o curso de Radiologia ela se transferiu para Criciúma. “Sempre tive a pretensão de sair da minha região porque lá tem muitas opções para estudar, entretanto o mercado é saturado. Optei por Criciúma para fazer o estágio, porque o hospital São José é conveniado com a escola onde eu me formei e vi que aqui eu tinha a oportunidade para novas experiências e possibilidade de crescer na profissão”.
Ela conseguiu um emprego como recepcionista. “Em menos de quinze dias em Santa Catarina, fui indicada para trabalhar em uma clinica particular, inicialmente como recepcionista e depois no setor técnico. Eles me pagaram uma especialização em Medicina Nuclear, área na qual atuo há dois anos”. Morando em Criciúma, a acadêmica trabalha na parte da manhã como técnica e enfrenta duas horas de ônibus todos os dias, para desempenhar as atividades como estagiária da Agência Experimental de Comunicação do curso de Comunicação Social e cursar a faculdade de Jornalismo, no campus de Tubarão.
Ela diz que se sente realizada, apesar da saudade das pessoas que ama, que só visita durante as festas de final de ano. ”Sinto falta dos amigos que deixei para trás, meus pais, meu irmão, pessoas com as quais sempre pude contar e me deram apoio para continuar. E aqui em Criciúma, por mais que eu já tenha feito amizades, em alguns momentos sinto falta do ambiente familiar, poder chegar em casa, jantar, bater papo em família”.
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